María Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, afirmou nesta segunda-feira (29) que o grupo já pode garantir a vitória do seu candidato, Edmundo González, sobre o presidente Nicolás Maduro na eleição realizada no domingo (28).
“Temos 73,20% das atas e, com este resultado, o nosso presidente eleito é Edmundo González Urrutia”, disse María Corina, segundo a agência Associated Press.
María Corina disse que, com base nas atas de votação que a oposição já tem, González teve 6,27 milhões de votos, contra 2,75 milhões de Maduro.
“Com as atas que nos faltam, mesmo que o Conselho Nacional Eleitoral tenha dado 100% dos votos a Maduro, eles não são suficientes”, declarou.
González, por sua vez, pediu “calma e firmeza” na contestação do resultado e considerou irresponsável que a autoridade eleitoral venezuelana tenha feito um “anúncio prematuro de resultados sem ter sido auditado”.
A oposição também pretende realizar na terça-feira (30) uma manifestação em apoio a González, em frente ao prédio da representação da Organização das Nações Unidas (ONU) na Venezuela.
Após o pronunciamento da oposição, Maduro comentou os protestos que aconteceram no país por conta de sua proclamação como vencedor e disse que seu governo “sabe enfrentar esta situação e derrotar aqueles que são violentos”.
Entenda o que acontece na Venezuela:
- O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou no domingo, com apenas 80% das urnas apuradas, que Maduro venceu a eleição com 51% dos votos
- A oposição, representada na disputa por Edmundo González, contestou os números
- O resultado também foi questionado por autoridades de ao menos 15 países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Chile, Argentina, Uruguai, Equador, Peru e Colômbia, além da União Europeia
- Por outro lado, Rússia, China, Cuba, Honduras, Bolívia, Irã e Catar parabenizaram Maduro pela vitória
- Depois que o CNE proclamou Maduro como vencedor da eleição, eleitores realizaram panelaços e manifestações na capital Caracas
María Corina, que foi impedida de concorrer, alega que a oposição venceu em todos os Estados. Ela é investigada pelo Ministério Público da Venezuela de tentar fraudar o sistema eleitoral e adulterar atas da eleição, que funcionam como boletins de urna.
Tarek William Saab, chefe do Ministério Público venezuelano e ligado ao chavismo, ligou María Corina a uma suposta tentativa de ataque hacker que se originou na Macedônia do Norte e teve como objetivo atingir o sistema responsável pela eleição.
A oposição acusa o governo de fraude e não reconhece a decisão do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) de declarar Maduro como vencedor das eleições.