Cris Gambaré avalia futebol feminino no Brasil e aponta caminho para clubes

Convidada do CNN Esportes S/A deste domingo (6), Cris Gambaré avaliou positivamente o momento vivido pelo futebol feminino no Brasil. A coordenadora de Seleções Femininas da CBF acredita que houve uma grande evolução em pouco tempo.

“É um outro momento, um momento muito positivo. Eu achava que nós iríamos demorar muito mais e foi realmente dentro desse trabalho dos clubes, do movimento nacional, movimento estadual, hoje está muito mais respeitado”, explicou.

Hoje coordenadora da Seleção Brasileira, Cris teve uma passagem muito vitoriosa pelo Corinthians. Ao longo de nove anos sob comando da dirigente, as Brabas conquistaram todos os títulos possíves. Segundo Cris, essa mudança de cenário não é recente só no Brasil, mas em toda a América do Sul.

Esse trabalho de revolução realmente dentro do cenário brasileiro, e eu vou falar na América do Sul, porque esse cenário começou a melhorar realmente de oito anos para cá. Oito anos para cá, depois da Copa do Mundo de 2019, começou realmente a ferver um pouco mais esse ambiente. E eu acredito muito que a gente está no caminho certo, que nós estamos trabalhando tudo certo, os clubes estão entendendo.


Cris Gambaré, coordenadora de Seleções Femininas da CBF

Caminho para a independência financeira

A parte financeira é ainda um tabu para a maioria dos clubes. Por exemplo, não é incomum ainda que equipes femininas sejam desmanteladas após o rebaixamento da equipes masculinas dos mesmos clubes.

Cris Gambaré admite que a modalidade ainda não é autossustentável no geral. Mas a coordenadora da Seleção Feminina aponta para os clubes o que acredita ser o caminho para os times femininos terem independência financeira.

“Ainda não é autossustentável, a não ser alguns clubes que conseguem se manter com patrocinadores e realmente colocar em prática. Tenho muita propriedade em falar do passado, quando eu estava no Corinthians, eu tinha muito patrocínio, mas eu consegui fazer na época um segundo patrocinador, a bilheteria. Outros clubes ainda não conseguem trabalhar dessa forma. Então assim, existe um abismo, mas não é difícil mudar essa rota e fazer com que isso seja revertido”, explicou.

“Os grandes clubes, Palmeiras, o próprio São Paulo, Flamengo, tem realmente hoje um subsídio de patrocinador muito maior do que no passado. Então, eu acredito que sabendo fazer esse jogo de negócios, consegue fazer com que isso se movimente e que se pague o departamento”, finalizou.

Salários maiores

Apesar do abismo citado por Cris Gambaré, a situação hoje é melhor do que na última década. Com maiores patrocínios, os salários também estão maiores. Mas ainda não chegam perto das cifras do futebol masculino.

A gente vive uma realidade completamente diferente (do masculino). Não existe uma base de mercado. Alguns times conseguem pagar um pouco mais, outros menos, então assim, você não consegue ainda mensurar, mas eu vou te falar no máximo. Hoje no feminino, algumas atletas de ponta, ganham mais que R$ 100 mil.


Cris Gambaré, coordenadora de Seleções Femininas da CBF

 

Para Cris, esse trabalho deve ser avaliado no longo prazo. Enquanto as principais jogadoras do país já ganham na casa dos três dígitos, a dirigente estima que a maioria das atletas não ganhem mais do que de R$ 10 a R$ 15 mil. Apesar dos valores, que parecem baixos comparados ao masculino, o futebol brasileiro valoriza mais as atletas do que países do exterior, inclusive alguns da Europa.

“No exterior, se paga bem? Se paga, mas muitos ainda não conseguem nem chegar perto do Brasil. Só que você participa de um campeonato diferenciado, vai participar de uma Champions League, então existe um sonho também de estar fora do país e buscando o que tem de diferente. Muitas acabam saindo também por conta desse sonho e são valorizadas lá fora. Então existe um todo um pouco diferente do cenário que a gente vê dentro do masculino, no feminino é um pouco diferente”, explicou a dirigente.

CNN Esportes S/A

Com Cris Gambaré, o CNN Esportes S/A chega à 102ª edição. Apresentado por João Vitor Xavier, o programa aborda os bastidores de um mercado que movimenta bilhões e é um dos mais lucrativos do mundo: o esporte.

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