O cenário político brasileiro apresenta uma nova dinâmica nas relações entre os Poderes, especialmente após as recentes tensões diplomáticas com os Estados Unidos.
Leonardo Barreto, sócio da consultoria Think Policy, analisou, durante participação no WW, que o Congresso Nacional tem adotado uma postura estratégica de distanciamento em relação às sanções impostas ao Brasil.
De acordo com Barreto, é notável que a situação envolvendo as medidas americanas ficou principalmente concentrada entre o governo e o Supremo Tribunal Federal (STF). O especialista destaca que não houve mobilização significativa do Congresso Nacional para buscar soluções ou interferir no cenário.
Estratégia de distanciamento
O analista político observa que esta postura pode ser interpretada como uma movimentação calculada do Legislativo.
“Do ponto de vista estratégico, eu tenho ganhos aqui em ficar parado, eu vou deixar o governo administrar essa crise e eu vou deixar o STF sangrar”, explica Barreto sobre a perspectiva do Congresso.
A questão do foro privilegiado também emerge como um elemento crucial nesta dinâmica. Segundo o especialista, houve uma mudança significativa na percepção desta prerrogativa: se antes era vista como uma proteção, agora pode representar uma vulnerabilidade, especialmente considerando as transformações no papel do STF.
O cenário atual, na avaliação de Barreto, pode representar uma oportunidade para o Congresso Nacional se fortalecer institucionalmente. Esta possibilidade surge especialmente diante da aproximação observada entre o STF e o governo nos últimos anos, criando um espaço para o Legislativo se posicionar de maneira mais assertiva no equilíbrio entre os Poderes.