O dia 14 de novembro é reconhecido mundialmente como o Dia Mundial do Diabetes, data criada para conscientizar a população sobre as complicações que a doença pode causar e sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado.
O diabetes pode comprometer diversos órgãos vitais, como coração, rins, cérebro e olhos, levando à perda progressiva de função desses sistemas. Em casos mais graves, pode causar amputações de membros inferiores por problemas de circulação. Esta data busca alertar para esses riscos e incentivar o controle e a prevenção das complicações.
Quantas pessoas estão afetadas
Segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), cerca de 40 milhões de americanos – aproximadamente 10% da população – vivem com diabetes. No Brasil, o cenário é semelhante: dados do Ministério da Saúde indicam que mais de 16 milhões de brasileiros têm a doença, número que cresce de forma preocupante, impulsionado pelo sedentarismo, má alimentação e obesidade.
Quem está a um passo do diabetes
As sociedades de endocrinologia em todo o mundo têm enfatizado a prioridade no cuidado de pessoas com pré-diabetes, ou seja, aquelas com glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dL e hemoglobina glicada entre 5,7% e 6,4%. Esse grupo é numeroso – estima-se que cerca de 40% da população dos EUA apresente algum grau de pré-diabetes – e representa a principal oportunidade de intervenção precoce.
A prevenção e o controle do diabetes envolvem um conjunto de hábitos saudáveis:
- Alimentação equilibrada: dieta rica em alimentos naturais, com baixo teor de gorduras saturadas e carboidratos simples, evitando ultraprocessados e açúcares refinados.
- Atividade física regular: exercícios aeróbicos e de fortalecimento muscular ajudam a reduzir a resistência à insulina e a preservar a massa magra, frequentemente reduzida em pessoas com diabetes.
- Sono de qualidade: noites mal dormidas elevam a glicose no sangue por aumentar o cortisol, hormônio do estresse. É importante investigar possíveis distúrbios, como apneia do sono.
Nos últimos anos, avanços no tratamento revolucionaram o manejo do diabetes tipo 2. Medicamentos injetáveis como semaglutida (Ozempic e Wegovy) e tirzepatida (Mounjaro) têm mostrado grande eficácia no controle da glicose e na redução de peso, simplificando o tratamento e diminuindo o risco de complicações no coração e nos rins.
Hoje, o diabetes é reconhecido como uma das doenças crônicas mais graves e desafiadoras. Prevenção, diagnóstico precoce e tratamento eficaz devem ser prioridades permanentes – tanto para profissionais de saúde quanto para toda a sociedade.
*Texto escrito pelo endocrinologista Maurício Yagui Hirata, membro do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e do Hospital Sírio-Libanês, da Endocrine Society, European Society of Endocrinology e American Association of Clinical Endocrinology e Head Nacional de Endocrinologia da Brazil Health
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