Seis vereadores de Rio Branco confirmaram à reportagem estarem “extremamente constrangidos” com uma possível trama para avaliar o nível de fidelidade ao prefeito Tião Bocalom.
Os assessores principais do prefeito, dentre eles Franck Lima (coordenador de campanha) e Valtin José (secretário da Casa Civil) são citados como “arapongas” – responsáveis por coletar informações sobre reuniões políticas fora da casa legislativa e tendências de apoio na campanha eleitoral desse ano. A “perseguição” teria participação direta de alguns comissionados e o objetivo é flagrar traição ao prefeito com possível apoio, direto e indireto, a candidatos oponentes, como Marcus Alexandre (MDB), líder nas pesquisas eleitorais.
“Se fomos gravados? Eu não sei te responder. Mas é muito ridículo o que estão fazendo”, afirmou um parlamentar até então da base aliada ao prefeito. Outro, irritado, que também tem votado a favor do prefeito, disse que “a satisfação de um vereador deve ser dada apenas ao seu eleitorado”. Outro, aparentando mais calma, entende que a privacidade de seu mandato “está sendo violada”.
O grupo com o qual a reportagem conversou arrisca dizer que o descontentamento é generalizado, e a relação com o gabinete do prefeito “nunca foi boa”. Eles culpam Valtin e Franck pelo “desajuste da articulação entre os dois poderes”, e apontam o prefeito como alguém que “contribui com seu silêncio para uma bagunça generalizada na relação com o Legislativo”.
Na última semana, vereadores que foram barrados por Franck Lima no Festival da Macaxeira atacaram o assessor do prefeito, chamando-o de incompetente.