O governo do Rio de Janeiro decretou luto oficial de três dias após a morte de Francisco Cuoco, ocorrida na última quinta-feira (19). O anúncio foi feito por Rodrigo Bacellar, governador em exercício. A decisão tem como objetivo prestar uma homenagem pública à carreira e à importância do artista para a cultura nacional.
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No comunicado oficial, Bacellar reconheceu a relevância do ator, cuja trajetória inclui décadas de trabalhos marcantes na televisão brasileira. “Cuoco construiu uma carreira que atravessou gerações e merece nosso reconhecimento”, afirmou o político.
Bandeiras a meio mastro
Com o decreto, todas as bandeiras instaladas em prédios públicos do estado devem permanecer a meio mastro durante o período de luto. A medida simboliza respeito à memória do artista e ao impacto de sua obra na dramaturgia brasileira.
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Francisco Cuoco nasceu em São Paulo, mas passou grande parte da carreira no Rio, onde participou de gravações de diversas novelas da Globo, emissora que abrigou muitos de seus personagens de destaque.
Últimos dias do ator
Internado há cerca de 20 dias no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, Cuoco vinha tratando complicações de saúde. Segundo informações de sua equipe, ele apresentou uma infecção decorrente de um ferimento, além de sintomas relacionados à idade. A causa da morte foi registrada como falência múltipla dos órgãos.
A vida de Francisco Cuoco
Nascido na cidade de São Paulo no dia 29 de novembro de 1933, Cuoco chegou a cursar Direito antes de ingressar na Escola de Arte Dramática de São Paulo. Ainda criança no tradicional bairro do Brás, em São Paulo, se encantou com a instalação de um circo no terreno baldio em frente ao sobrado onde morava com os pais, Antonieta e Leopoldo, e a irmã, Grácia. Era ali que, vez por outra, um picadeiro surgia diante dos olhos do menino. “Era um universo que me fascinava”, afirmava. E bastava o circo partir para ele atravessar a rua e fazer daquele quintal o seu palco. O ingresso era um botão de futebol de mesa.
Sem concluir o curso de Direito, passou pelo Teatro Brasileiro de Comédia e pelo Teatro dos Sete até chegar à TV Tupi. Em 1966, atuou em ‘Redenção’, na pele do médico Fernando Silveira. A trama teve quase 600 capítulos. Na TV Globo, estreou em 1970, em ‘Assim na Terra Como nos Céu’, como padre Vitor. Em 1987, protagonizou ‘O Outro’. Na década seguinte, foi visto em novelas como ‘Tropicaliente’ (1994) e ‘Quem é Você?’ (1996). Cuoco, nos anos seguintes, atuou em ‘O Clone’ (2001), ‘América’ (2005), ‘A Vida da Gente’ (2011), ‘Sol Nascente’ (2016) e ‘Segundo Sol’ (2018). Em 2011, quando o remake de ‘O Astro’ foi feito, interpretou o misterioso Ferragus e acompanhou de perto o trabalho de Rodrigo Lombardi, que encarnou seu personagem icônico Herculano Quintanilha. Esteve também em minisséries, seriados e programas especiais como ‘Sai de Baixo’ (2001) e ‘A Grande Família’ (2004).
E aquele rapaz que era fascinado pelos grandes estúdios de cinema? A partir de 1999, Cuoco reduziu o ritmo das novelas e iniciou um namoro com a sétima arte. Participou de filmes como ‘Traição’, de José Henrique Fonseca e Arthur Fontes; ‘Gêmeas’, de Andrucha Waddington; ‘Um Anjo Trapalhão’, de Alexande Boury e Marcelo Travesso; e ‘Cafundó’, de Clóvis Bueno e Paulo Betti. Seu último filme foi ‘Real Beleza’, de Jorge Furtado, em 2015.
Volta ao teatro
A volta ao teatro aconteceu em 2005, depois de mais de 20 anos de dedicação praticamente exclusiva à TV. Em ‘Três Homens Baixos’, dividiu o palco com Gracindo Jr. e Chico Tenreiro. Outra paixão de Francisco Cuoco é a música. Gravou o disco romântico Soleado (1975) e o CD Paz Interior, uma reunião de 16 orações católicas.
Francisco Cuoco deixa três filhos, Rodrigo, Diogo e Tatiana. O velório será aberto ao público, nesta sexta-feira, das 7h às 15h, no Funeral Home, no bairro de Bela Vista, em São Paulo. O enterro será restrito a familiares e amigos.
Em homenagem ao ator, a TV Globo reexibe hoje o Tributo ao Francisco Cuoco, logo depois do ‘Jornal da Globo’. Em função disso, o ‘Conversa com Bial’ não irá ao ar.
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Fonte: OFuxico