Jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo, Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro (RJ) há exatos 186 anos. O escritor é um dos mais cobrados nos vestibulares.
Fundador da cadeira nº 23 da Academia Brasileira de Letras (ABL), ocupou por mais de dez anos a presidência da entidade.
É considerado o principal escritor do Realismo brasileiro, segundo “O Livro da Literatura”, publicado pela Editora Globo. Em suas obras, retratou a sociedade brasileira do século XIX, especialmente a elite carioca do Segundo Reinado.
A consagração do escritor na literatura veio a partir da publicação de seus romances. “Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881)” é considerado o primeiro realista brasileiro. A obra, junto de Quincas Barba (1891) e Dom Casmurro (1900), formam a “trilogia realista”, em que as histórias são marcadas por ironia e pessimismo.
Em “Dicionário de Machado de Assis: língua, estilos, temas”, Castelar de Carvalho aponta que, por sua singularidade, o escritor imprime uma dimensão nova à narrativa de ficção, “rompendo os limites entre o sério e o cômico”. São características como essas que conduzem os estudantes, nos vestibulares, a análises e reflexões.
O docente avalia Machado como “dono de uma prosa concisa e elegante”, que “recorre a procedimentos estilísticos, como a paródia, a sátira, as digressões literárias e filosóficas, as conversas com o leitor, a oralidade, o humor irônico, a inter e a intratextualidade, a metalinguagem, o discurso indireto livre, a quebra de paralelismo, a lítotes, a preterição e à linguagem impressionista”. Para Castelar de Carvalho, foi como analista do homem e da condição humana que o autor carioca se projetou com seus romances e contos.
Nos últimos anos, a questão se Machado de Assis seria branco ou negro levantou que inúmeras discussões. Estudos enfatizaram a afro-descendência do escritor, contrapondo a visão de que ele seria branco, como posto em seus retratos da época.
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