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EXCLUSIVO: prefeitura mentiu sobre “carro oficial” em fuga na contramão; Amarok é do prefeito Bocalom, que deve ser multado

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Uma nota emitida pelo Gabinete Militar do prefeito Tião Bocalom (Rio Branco) tem informações inverídicas sobre o episódio desta segunda-feira envolvendo a “fuga” do gestor da cidade pela contramão para evitar encontro com grevistas da educação.

O coronel Ezequiel Bino, que assina a nota, se equivoca ao afirmar que o prefeito usou carro oficial quando deixou a sede da prefeitura pelo estacionamento dos fundos e entrou na contramão da Avenida Getúlio Vargas.

A Amarok Tredline CD 2.0, TDI 4×4 diesel, 16v, modelo 2015, automática, de cor prata, a mesma vista no flagrante feito pelos grevistas, pertence ao prefeito da cidade. O documento de registro no Detran consta como proprietário Sebastião Rodrigues Bocalom, diferente do que a prefeitura quis transparecer à sociedade. A reportagem de oseringal tentou ouvir a companhia de trânsito do município logo após as cenas viralizarem na Web, mas não obteve respostas. Nossos repórteres ainda tentam saber se o prefeito será multado ou não. Pela lei, trata-se de infração gravíssima com perda de 7 pontos na carteira de habilitação.

Veja o que disse há pouco o chefe do Gabinete Militar

Abaixo, a íntegra da nota

Nota de esclarecimento

A Prefeitura de Rio Branco, por meio do seu Gabinete Militar, vem a público esclarecer o fato ocorrido na manhã desta segunda-feira (24), quando o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, resolveu antecipar seu deslocamento para uma reunião externa ao ser informado que manifestantes, incitados por sindicalistas da educação, tentavam invadir o prédio da Prefeitura de Rio Branco para chegar até seu gabinete (como já ocorreu anteriormente).
Primeiro cabe salientar que, por lei, cabe ao Gabinete Militar, zelar pela segurança pessoal do chefe do executivo municipal e, ao ficar claro que os manifestantes pretendiam bloquear, em via pública, o veículo oficial que transportava o prefeito, no cruzamento da Rua Rui Barbosa com a Av. Getúlio Vargas, a equipe de segurança pessoal, Incontinenti, decidiu conduzir o veículo para a Av. Ceara, utilizando-se de procedimentos de trânsito para evitar acidentes.
Tanto que alguns manifestantes chegaram a abordar o carro do prefeito na saída do estacionamento.
Este procedimento evitou eventual acidente de trânsito em desfavor dos manifestantes, e eventuais conflitos, mostrando-se extremamente necessário.
Cel. Ezequiel Bino
Chefe do Gabinete Militar de Rio Branco.

Lula sobre clube de tiros: “temos que fechar quase todos”

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta terça-feira (25/7) ter dito ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que “quase todos” os clubes de tiro devem ser fechados. Para o presidente, apenas os clubes da polícia ou das Forças Armadas deveriam funcionar.

“Eu, sinceramente, não acho que um empresário que tem lugar para praticar tiro é um empresário. Já disse para o Flávio Dino: nós temos que fechar quase todos. Só deixar abertos aqueles que são da PM [Polícia Militar], do Exército ou da Polícia Civil“, afirmou o presidente durante a edição desta terça-feira do Conversa com o Presidente, seu programa semanal de entrevista.

“É organização policial que tem que ter lugar para atirar, para treinar tiro. Não é a sociedade brasileira. Não estamos preparando uma revolução. Eles tentaram preparar um golpe”, afirmou ainda Lula.

Reforço na fiscalização

A declaração ocorre após Lula assinar, na última sexta-feira (21), um novo decreto para regulamentação das armas de fogo que limitou o funcionamento dos clubes de tiro para o horário das 6h às 22h, e com instalação a, pelo menos, um quilômetro de escolas.

Na semana passada, em coletiva de imprensa, Dino também frisou que o governo vai reforçar, “e muito”, a fiscalização dos clubes de tiro, já que vários estabelecimentos são utilizados como fachada para vender ou desviar armas ao crime organizado.

Mulher é presa após cortar testículo do companheiro

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Uma mulher de 27 anos foi presa por suspeita de cortar o testículo do marido de 40 anos, além de machucá-lo na cabeça. O caso ocorreu na Zona Rural de Santo Antônio do Descoberto (GO), no Entorno do Distrito Federal, na madrugada de domingo (23/7). Segundo a Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO), o fato ocorreu após a autora ver algumas mensagens da ex do companheiro no celular dele.

Segundo o comunicante da ocorrência relatou para a polícia, a vítima tem uma união estável com a autora. Na noite de domingo, o casal iniciou uma discussão após a mulher ver mensagens da ex do companheiro no telefone dele.

Ao tentar impedir que a companheira saísse da casa, o homem teve o testículo arrancado. De acordo com a ocorrência, a mulher segurou e cortou a bolsa escrotal do companheiro, deixando o testículo exposto. Além disso, a vítima também foi agredida na região da cabeça, causando uma lesão.

O homem foi conduzido por familiares ao Hospital Municipal de Santo Antônio do Descoberto. Após o ocorrido, a mulher fugiu e se escondeu na casa de uma amiga, na cidade de Santo Antônio de Goiás. A equipe da PMGO localizou e prendeu a autora.

Correio Braziliense

Lula confirma cirurgia e fala sobre Alckmin comandar país: “Total confiança”

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu que as dores no quadril estão atrapalhando sua vida e seu trabalho e, por isso, vai marcar para outubro deste ano procedimento cirúrgico. Enquanto o mandatário estiver em recuperação, o cargo será ocupado interinamente pelo seu vice, Geraldo Alckmin (PSB).

“Eu estou como jogador de bola que não quer dizer para o técnico que está sentindo uma dor, para não ir para o banco”, disse Lula, nesta terça-feira (25/7), em sua live semanal, a Conversa com o Presidente.

“Eu tenho um problema na cabeça do fêmur”, explicou. “Faz tempo que eu tenho isso. Uma vez, um médico me disse o seguinte: ‘Olha, presidente, a cabeça do fêmur, essa dor no quadril, só quem vai decidir operar é o senhor, porque o senhor sabe o limite da sua dor”, relatou o titular da República, ao dizer que o momento está chegando.

“A nossa senadora Leila [Barros, do PDT-DF] operou o quadril. Ela vive me mostrando a radiografia dela, para mostrar que é uma cosia simples. Esses dias eu estava cortando o cabelo, e o companheiro que corta disse: ‘Presidente, eu fiz em setembro do ano passado, eu não conseguia mais sequer calçar o sapato, [agora] eu estou inteiraço outra vez, até fazendo esteira’”, lembrou.

Alan Rick dá posse à nova diretoria do UB em Acrelândia e filia vice-prefeito Graia

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O senador Alan Rick, presidente do União Brasil no Acre, empossou a nova diretoria do UB em Acrelândia e assinou a filiação de novos membros. O vice-prefeito Graia foi um dos que migraram para a sigla que pretende lançar candidatos em todos os municípios acreanos em 2024.

“Alan Rick sempre esteve em Acrelândia. Nunca se afastou do nosso município. E eu sei, hoje, a importância de ter um parlamentar parceiro. Estou muito feliz de passar a integrar o UB sob seu comando. Sei que é alguém que pensa no povo.” – disse o vice-prefeito Graia.

“Nosso objetivo é atender os anseios do povo. Colocar bons nomes à disposição. Esse convite foi feito ao Graia lá atrás, logo após a posse do Olavinho e hoje se concretiza. Ele que tem sido uma liderança importante aqui no município, foi um importante apoio na nossa campanha de 2022.”, – disse o senador.

A partir de agora, a executiva municipal de Acrelândia está sob o comando do produtor rural Neridan da Silva Soares. José Ronaldo da Silva é o vice-presidente, Jonas Henrique Brito o 2° vice-presidente, Wagner da Silva o secretário geral, Rosanir Rodrigues a tesoureira, e Keila Regiane Jardim a coordenadora do UB Mulher. A solenidade ocorreu na segunda-feira, 18, no município.

Além do vice-prefeito, também filiaram-se ao partido o secretário de planejamento de Acrelândia, Jeferson Pontes da Silva, a ex-vereadora Rosa do Eurico, o professor Fábio Caetano e o assistente jurídico Daniel de Souza Rocha.

O vereador do UB Gilberto Fransa, o tesoureiro da executiva estadual Jairo Cassiano e o prefeito Olavinho Rezende (MDB) também marcaram presença. A participação do prefeito foi uma clara demonstração de apoio a mudança de partido do companheiro de chapa. Rezende ainda sinalizou a possibilidade de também migrar para o UB. “Eu ainda não estou nos quadros do UB, isso não quer dizer que amanhã não possa estar.” – colocou.

Da assessoria

Prestígio: deputado decreta novos salários dos parlamentares como presidente da Aleac e sanciona como governador em exercício; Entenda

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O deputado Luiz Gonzaga, presidente da Assembléia Legislativa, havia decretado o reajuste nos salários dos 24 parlamentares estaduais. O decreto dispensa votação no Plenário da Casa.

Nesta terça-feira, o Diário Oficial publica a sanção, que estaria amparada numa resolução específica. O reajuste será retroativo a 1º de janeiro desse ano.

O deputado também assina, na condição de governador do Acre em exercício, reafirmando aumento escalonado dos salários dos 24 políticos, valendo até o último mês do governo Gladson Cameli. Abaixo, a íntegra do ato oficial:

ESTADO DO ACRE
LEI Nº 4�136, DE 24 DE JULHO DE 2023
Dispõe sobre a discriminação dos subsídios dos Deputados Estaduais, em conformidade com a Resolução nº 290, de 15 de dezembro de 2022 e
art. 27 § 2º da Constituição da República Federativa do Brasil – CRFB.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE
FAÇO SABER que a Assembleia Legislativa do Estado do Acre decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º O subsídio mensal dos Deputados Estaduais do Poder Legislativo do Estado, já fixados na Resolução nº 290/2022 para a legislatura atual,
Ficam discriminados nos seguintes valores:
I – R$ 29.469,99 (vinte nove mil, quatrocentos e sessenta e nove reais e
noventa e nove centavos), a partir de 1º de janeiro de 2023;
II – R$ 30.943,54 (trinta mil, novecentos e quarenta e três reais e cin-
quenta e quatro centavos), a partir de 1º de abril de 2023;
III – R$ 31.948,49 (trinta e um mil, novecentos e quarenta e oito reais e
quarenta e nove centavos), a partir de 1º de fevereiro de 2024;
IV – R$ 33.448,49 (trinta e três mil, quatrocentos e quarenta e oito reais e
quarenta e nove centavos), a partir de 1º de fevereiro de 2025; e
V – R$ 34.774,64 (trinta e quatro mil, setecentos e setenta e quatro reais
e sessenta e quatro centavos), a partir de 1º de fevereiro de 2026.
Art. 2º As despesas resultantes da aplicação desta Lei correrão à conta
das dotações orçamentárias consignadas ao Poder Legislativo do Estado.
Art. 3º A implementação do disposto nesta Lei observará o art. 169 da
Constituição da República Federativa do Brasil – CRFB.
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, retroagindo
seus efeitos financeiros a 1º de janeiro de 2023.
Rio Branco – Acre, 24 de julho de 2023, 135º da República, 121º do
Tratado de Petrópolis e 62º do Estado do Acre.
Luiz Gonzaga Alves Filho
Governador do Estado do Acre, em exercício
Projeto de Lei nº 103/2023
Autoria: Mesa Diretora

PF e ICMBio reprimem extração ilegal de madeira

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A Polícia Federal e o ICMBio realizaram na última semana do dia 17/7 ao dia 22/7 a Operação ”Bertholletia”. Os trabalhos visaram a repressão ao desmatamento ilegal, a extração irregular de madeira e a invasão de terras públicas no interior da Reserva Extrativista ARAPIXI (RESEX ARAPIXI).

A reserva foi criada a partir de solicitação das comunidades residentes na região, que se viam ameaçadas na segurança da posse de suas terras. A unidade foi criada no município de Boca do Acre/AM, pelo Decreto Presidencial de 21 de junho de 2006. A unidade de Conservação possui aproximadamente 134 mil hectares e tem papel fundamental na preservação do meio ambiente e no o desenvolvimento sustentável da região amazônica.

Para realização da operação, a Polícia Federal e o ICMBIO contaram com o emprego de avançadas geotecnologias de sensoriamento remoto e utilização de imagens satelitais de alta resolução espacial e temporal. Tais ferramentas possibilitam atuação precisa e eficaz dos órgãos federais na identificação de pontos de ocorrência de crimes ambientais, possibilitando melhor atuação na desintrusão de invasores e desestruturação da infraestrutura empregada para cometimento dos ilícitos.

R$ 10 mil por 5 cm? Harmonização de pênis atrai insatisfeitos com o tamanho

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A harmonização facial já é popular, procurada por quem deseja melhorar a aparência do rosto. Poucos conhecem, porém, um outro tipo de harmonização —a que promete tornar mais bonito (e maior) o pênis. O procedimento estético pode render até 5 centímetros a mais, é aliado de quem deseja “avantajar” o pênis e virou carro-chefe de profissionais de estética.

A harmonização de pênis é diferente da cirurgia plástica, mais invasiva e usada até então por homens insatisfeitos com o tamanho.

Os profissionais que fazem esse tipo de intervenção dizem lidar com pacientes menos envergonhados com a decisão de mudar o corpo. Para remodelar o pênis, eles utilizam o ácido hialurônico — de um tipo específico para aplicação na região. As injeções são feitas no corpo do pênis, com ele flácido. Já os resultados são discutidos individualmente, com cada paciente, e incluem ganho em largura, volume, comprimento e até redução da flacidez da pele, dependendo da quantidade de produto utilizada e de outros tratamentos que podem ser aliados ao ácido aplicado. Médicos urologistas recomendam cautela com a harmonização peniana, já que ainda há poucos dados sobre os efeitos do procedimento.

Apesar de ser uma alternativa relativamente simples, a intervenção não é barata e não tem resultado garantido: os interessados devem desembolsar de R$ 10 a R$ 30 mil, com ganhos em comprimento e circunferência dependendo de como é a genitália. Formada em biomedicina, Thamires Oliveira decidiu trocar os preenchedores faciais pelos procedimentos no corpo há dois anos. Hoje, todo seu trabalho tem como destaque os “antes e depois” da harmonização peniana. O procedimento oferece de 3 cm a 5 cm, mas depende do paciente. Preciso fazer uma avaliação para saber como é a pele, se existe flacidez, avaliar o tamanho inicial, o objetivo, e quanto o paciente pode arcar com o procedimento.

Não é tudo feito em uma única sessão, são algumas, com intervalos de 15 dias no mínimo. Thamires Oliveira, biomédica Segundo a biomédica, que tem um consultório no Rio, a demora para que o produto fosse importado fez com que a técnica chegasse recentemente ao Brasil. “É um ácido específico até para suportar o impacto de uma relação sexual e não ser absorvido pelo corpo com facilidade. Ele tem uma durabilidade de dois anos e eu peço para o paciente fazer uma manutenção a cada ano, para manter esse volume e não precisar investir novamente o volume inicial do tratamento”, explica. ‘4 cm nunca vão virar 14’ Quem se interessa por fazer a harmonização ganha um alerta dos profissionais.

é necessário ter cuidado com as expectativas. “Um paciente que possui um pênis de 4 cm nunca vai ter um de 14 cm, isso é algo surreal e que não pode ser oferecido pelo procedimento. Então, antes mesmo de iniciar o procedimento, ele tem de ter consciência do que é possível para ele”, diz Thamires. A profissional ainda destaca que existe um limite de preenchedor que pode ser utilizado e que, por vezes, outros procedimentos também são sugeridos para melhorar o aspecto do pênis. “Às vezes, podemos fazer aplicações enzimáticas contra gordura localizada na região pubiana, podemos corrigir uma depressão que o paciente tenha na base do pênis, mas tudo depende da avaliação.

Pedro Sousa, farmacêutico com habilitação em saúde estética, afirma que 3 cm de pênis custam, em média R$ 10 mil. O valor inicial de Thamires é o mesmo, mas chega a R$ 30 mil —caso sejam necessárias mais sessões e outras “melhorias”. Quem procura o procedimento? Ao falar sobre as pessoas que atendem, Thamires e Pedro descrevem o mesmo perfil de paciente: homens que, em geral, gostam da aparência do pênis ereto, mas se incomodam quando ele está flácido. “Alguns não conseguem utilizar uma sunga na praia ou ficar nus na frente das suas esposas. É a mesma questão de uma mulher que sente vontade de colocar uma prótese de silicone, ela coloca para se sentir bem. O homem também quer isso, inclusive para se sentir mais confiante no casamento”, diz biomédica. A biomédica disse perceber uma “receptividade” maior à harmonização peniana —alguns homens até levam as esposas para acompanhá-los no processo. “Eles se sentem bastante envergonhados na hora da aplicação em si, mas ao mesmo tempo têm muito respeito por mim”, diz.

Mas atenção: nem todos podem se harmonizar Pedro afirma que o maior perigo do procedimento é uma possível alergia a componentes presentes nos ácidos hialurônicos, apesar de ser uma reação adversa rara.

Para diminuir as chances de complicação, os profissionais afirmam fazer uma investigação para saber o máximo possível sobre o histórico médico do paciente. “Os efeitos adversos mais comuns são dor transitória, inchaço e hematomas que também são passageiros. Existem também as contraindicações psicológicas, como os pacientes com transtorno dismórfico relacionado ao pênis, que são os casos em que precisamos recusar o paciente e encaminhá-lo a outro profissional”, explica o farmacêutico.

Do Portal Viva Bem

 

Fuzil de Bolsonaro entra na mira do MPF

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Ministério Público Federal avançou em uma investigação que pode complicar Bolsonaro. Trata-se do aceite, pelo então presidente, de uma pistola e de um fuzil da marca Caracal avaliado em cerca de R$ 40 mil.

O MPF passou a investigar o envolvimento da fabricante de armas no presente dado. Até então, a versão corrente era que o presidente havia recebido as armas do governo dos Emirados Árabes, em 2019. Seria, portanto, um presente dado por autoridades árabes a Bolsonaro.

Mas os investigadores detectaram indícios de que a própria Caracal, empresa privada e sediada nos Emirados Árabes, teria atuado para que as armas chegassem às mãos de Bolsonaro. E, agora, apura se o governo brasileiro teria, em troca, atuado para beneficiá-la de alguma forma.

Em 2020, o Estado-Maior do Exército Brasileiro autorizou pela primeira vez, em 80 anos, a instalação de uma fábrica de armamentos leves no país. A beneficiada foi a DFA (Delfire Fire Arms), que, por anos, tentou trazer a Caracal para o Brasil. Em 2022, Eduardo Bolsonaro visitou representantes da Caracal nos Estados Unidos e fez um post enaltecendo a fabricante de armas.

Outro ponto também analisado pelo MPF foi a venda da refinaria Landulpho Alves, na Bahia, para um fundo de investimentos dos Emirados Árabes. Parlamentares de oposição acusam o governo de ter vendido a refinaria por um valor menor que o do mercado.

Apesar de o valor das armas ser bem inferior ao das joias que seriam destinadas a Michelle, a pistola e o fuzil podem trazer dor de cabeça mais rapidamente a Bolsonaro. Isso porque o ex-presidente aceitou os presentes e os guardou em casa. Já no caso das joias, há uma discussão sobre se os objetos iriam ou não parar na residência de Bolsonaro.

Metropoles

Missionário norte-americano é expulso após invadir terras no Acre para converter indígenas

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Por André Uzêda

Da Intercept Brasil

UM MISSIONÁRIO NORTE-AMERICANO de 30 anos invadiu uma terra indígena no Acre para iniciar um processo de doutrinação evangélica forçada com os integrantes da etnia Madija – um povo considerado de recente contato. Anthony Paul Goddard viajou ao lado da sua esposa, também americana, um filho pequeno e um empregado brasileiro.

Mesmo sem autorização das lideranças locais ou mesmo da Funai, Goddard construiu, em março, uma casa que ocupa 96 metros quadrados e passou a morar dentro da terra indígena Alto Rio Purus, na aldeia Santo Amaro, próximo a foz do Rio Chandless, que corta o estado. E ficou até maio, quando, via ofício escrito pelos seus advogados, comunicou sua saída à Funai. A casa permanece no local.

Goddard nasceu em Ontário, no Canadá, e tem cidadania dos EUA. Ele integra o grupo filantrópico Missões Novas Tribos do Brasil, a NMTB, uma subsidiária da antiga New Tribes Mission – fundada em 1942, em Sanford, na Flórida.

De orientação protestante luterana, as duas organizações buscam converter para o cristianismo povos de várias partes do mundo.  “Mais de 6.000 povos do mundo ainda não foram alcançados. Estamos bem com isso?”, questiona a instituição na página em inglês no Instagram. Um de seus principais objetivos é ensinar, na língua de origem, as lições da bíblia aos alvos das missões. “Precisamos de pessoas treinadas objetivamente para plantar uma igreja com o evangelho pregado na língua daquele povo”, disse o presidente da organização no Brasil, Edward Gomes da Luz, em um vídeo postado para atrair novos evangelizadores.

No site americano, a organização não esconde sua intolerância religiosa, ao afirmar que há “um só Deus” e que “é responsabilidade da igreja glorificar Cristo pregando o evangelho ao mundo e fazendo discípulos em todas as nações”.

Após uma série de denúncias de pedofilia e abusos sexuais em países onde atua, em 2017, a New Tribes Mission mudou o nome para Ethnos 360. A organização brasileira continua com o mesmo nome.

Passe livre para o Brasil

Intercept mapeou a trajetória de Paul Goddard no Brasil. Formado em estudos bíblicos pela Ethnos 360 Bible Institute, ele foi enviado à América do Sul pela Igreja Gospel Grace, da Virgínia, nos EUA.

Seu primeiro registro de entrada no país foi com um visto temporário, partindo da Flórida e chegando em Manaus. Em 2020, deixou o Brasil – saindo de Goiás e voltando aos EUA, novamente pela Virginia. Retornaria um ano depois, vindo novamente da Flórida e pousando em Brasília. No ano passado, mais um registro de chegada: pousou em Rio Branco, no Acre, após decolar da Carolina do Sul.

Em fevereiro de 2022, no último ano do governo de Jair Bolsonaro, o Ministério da Justiça e Segurança Pública concedeu a Goddard a autorização de residir no Brasil por prazo indeterminado.

Diário oficial mostra passe livre para o missionário no Brasil.

Rachelle Goddard, esposa de Paul, também é uma missionária. Seus pais fazem parte da Ethnos 360. Ela veio ao Brasil e, inicialmente, passou a morar em Porto Velho, Rondônia – conforme mostra sua carteira de motorista, obtida no ano de 2012.

Este ano, ao descobrir que Goddard e sua família estavam vivendo na terra indígena Madija, a Funai solicitou apoio da Superintendência da Regional da Polícia Federal do Acre para retirá-los do local. O órgão indigenista se apoiou em uma instrução normativa de 1994, que diz que missões religiosas só poderiam atuar em áreas indígenas se tiverem decisão favorável de um antropólogo – o que não era o caso de Goddard.

Eu procurei os advogados do missionário por e-mail, mas eles não responderam nossos questionamentos. A Funai também foi procurada e informou que enviaria uma resposta – o que acabou não acontecendo.

Já a MTNB, por nota, disse que “é uma instituição de longa data, que busca desempenhar um papel significativo através da atuação eclesiástica”. A organização, no entanto, não respondeu às minhas perguntas específicas sobre se Goddard havia sido orientado a invadir a área pela própria MNTB – tampouco se, após ser notificado pela Funai, teria sido expulso ou punido internamente pela missão evangélica.

A organização se limitou a dizer que é compromisso “instruir rigorosamente garantindo que atuem sempre dentro dos limites legais, apoiados pelos ensinamentos da Bíblia Sagrada, que preceitua a sujeição às autoridades governamentais”.

Contato com brancos elevou suicídio

Em 2017, o Ministério Público Federal encomendou a produção de um laudo antropológico para investigar um problema grave que vinha acometendo a etnia Madija: o alto número de suicídios, sobretudo entre homens, de 16 a 28 anos.

De acordo com o relatório, ao qual o Intercept teve acesso, de dezembro de 2015 até fevereiro de 2017, “foram identificados doze casos de suicídio entre os Madija do Alto Purus”. E entre fevereiro e novembro de 2017, foram relatados mais dois casos, um provavelmente em março e outro em outubro, “ambos entre indígenas do sexo masculino”.

O laudo tenta não ser conclusivo quanto uma “explicação única, consensual e homogênea” para os suicídios recorrentes, mas aponta algumas hipóteses, entre elas “o uso de interpretações provenientes do cristianismo, devido ao processo de conversão evangélica em curso nas aldeias do Alto Purus”.

O relatório mostrou que as mortes por enforcamento – o método mais usado – são “mais comum nas aldeias com maior presença evangélica” e estão relacionadas uma crença trazida pelo cristianismo, a partir de uma doença relacionada ao “demônio”, ao “satanás” ou ao “capeta”.

“A presença missionária por si só já gera turbulências e tensões, porque ela interfere nas dinâmicas de sociabilidade. Primeiro, porque ela instala um conflito. Você tem aqueles que aderem ao discurso pregado e aqueles que resistem e mantém as práticas tradicionais. Eu observei que nas aldeias de contato evangélico com mais adesão, a autoridade religiosa, o pajé, era mais confrontado com sua posição questionada pelos demais”, disse ao Intercept o antropólogo Pedro Moutinho, que assina o laudo do MPF.

‘Qualquer alegação relacionando nossa instituição ao suposto suicídio de indígenas é uma inverdade infudada’, diz a organização.

Em muitos casos, o suicídio é cometido após ingestão de bebida alcóolica, algo que foi incorporado à cultura dos Madija após o contato com o homem branco. Cachaça, perfume e até gasolina – “mais comum nas aldeias, diante da maior dificuldade de acesso a bebidas alcoólicas e álcool etílico” – estão entre as substâncias mais ingeridas, diz o laudo.

A relação entre a ingestão do álcool e a maneira como as missões evangélicas lidam com este assunto também foi analisada no documento do órgão federal. “Se, por um lado, a conversão evangélica é apontada por alguns Madija e pelos “brancos” como solução para o consumo abusivo de bebidas alcoólicas, por outro, o discurso proibitivo, difundido pelos missionários e reproduzido por pastores indígenas e caciques, pode ter aprofundado mudanças no seu modo de consumo”.

A antropóloga Aline Balestra, que fez seu doutorado na Universidade de Brasília sobre as relações de troca e os rituais do povo Madija, explicou que, embora a etnia tenha iniciado a aproximação com os homens brancos ainda no início do século 20, o contato é considerado recente pela escolha que tiveram – de aproximações ocasionais com segmentos da sociedade nacional.

“O conceito de recente contato não se refere exatamente à temporalidade, mas sim ao grau de interação desenvolvido. E a forma como essa interação vai se dar tem muito impacto no comportamento das etnias. Os Madija, por exemplo, acreditam em um mito de surgimento dos povos a partir de dois heróis criadores, Tamakô e Kira, além de serem ligados ao xamanismo, no transe e conexão com o mundo espiritual. As missões evangélicas pregam um deus único e, portanto, de saída há um conflito estabelecido entre essas cosmovisões”, explicou.

Questionada sobre os possíveis prejuízos que poderia trazer aos Madija, após o contato forçado ao invadir o território no Alto do Purus, a MNTB disse que em nenhuma circunstância colocou em “risco a vida a integridade física e ou psicológica de qualquer grupo étnico ou povo”. Disse também que “qualquer alegação relacionando nossa instituição ao suposto suicídio de indígenas é uma inverdade infudada” e que tomará as “medidas legais cabíveis para combater essas falsas acusações”.

Mapa mostra região do alto Purus, onde vivem os indígenas Madija, na década de 1930.

Pedofilia, biopirataria e Bolsonaro

No livro A queda do céu, o líder yanomami Davi Kopenawa conta que, nos anos 1960, aprendeu a língua portuguesa com missionários da antiga New Tribes Mission que atuavam na região do rio Toototobi, próxima à fronteira com a Venezuela, onde vivia. Na obra, Kopenawa lembra que foram os missionários – que descrevia como “povo de Teosi” – os responsáveis por levar doenças que aniquilaram parte de seu povoado, como a gripe e a malária. Além disso, eles condenaram práticas tradicionais, como mascar folhas de tabaco e consumir a yakoana, um alucinógeno usado em rituais xamânicos, alegando que eram coisas do Diabo. Um missionário também chegou a estuprar uma menina yanomami. “Fiquei furioso que ele ainda dizia que era parte do povo de Teosi”, diz Kopenawa no livro.

No mundo, a organização acumula um histórico de denúncias em vários países. Nas Filipinas, meninos e meninas foram vítimas de abusos sexuais praticados por missionários dentro das escolas da organização, entre os anos 1980 e 1990. Em 2010, no Senegal, após pressão das vítimas, a organização americana contratou uma auditoria independente que apontou a existência de um sistema de violações sexuais, com abuso a mais de 20 crianças.

Em 2014, o missionário Warren Scott Kennell foi condenado a 58 anos de prisão pela corte americana por ter tirado fotos pornográficas de crianças e abusado delas enquanto estava na aldeia Sete Estrelas, na Terra Indígena do Rio Gregório, no Acre.

Kennel atuou por seis anos na região representando a MNTB, entre 1995 e 2001, e aprendeu a falar de forma fluente o idioma da etnia Katukina – recebeu até um nome de Arô (sem tradução), dado pelos indígenas. À época, a coordenação do grupo disse que ele foi desligado assim que foi detido no aeroporto dos Estados Unidos com material pornográfico.

‘Obreiros treinados, capacitados, saem pelas selvas, pelos lugares ermos, sendo apoiados por uma logística que permite que eles cheguem no lugar específico e ali preguem o evangelho’.

Ainda no Acre, missionários da MNTB também foram investigados pela Polícia Federal por suspeita de biopirataria na reserva extrativista do Alto do Juruá – a investigação não foi adiante. Em 2001, o Ibama expulsou os missionários que viviam nesse local por terem montado um posto de contato com o povo Ashaninka sem a devida autorização.

A atuação da MNTB com os indígenas brasileiros já tinha gerado outro episódio com desfecho lamentável uma década antes. Em 1991, a Funai pediu a expulsão dos missionários sob a acusação deles serem responsáveis pela transmissão do vírus da gripe, o que resultou na morte de 37 indígenas da etnia Zo’é – um povo que vivia isolado e não tinha proteção imunológica para o vírus. O caso aconteceu em Óbidos, no Pará. A organização nega ser responsável pelo contágio.

Em 2015, também no Pará, um ex-missionário da MNTB foi denunciado pelo Ministério Público Federal por se aliar com exploradores de castanha-do-pará para escravizar 96 indígenas da etnia Zo’é. O procurador à frente do caso considerou o trabalho da missão evangélica como proselitismo religioso que “viola frontalmente o princípio da autodeterminação dos povos indígenas e o direito à manutenção de suas culturas próprias”.

Mesmo com todo o histórico de abusos, violência e morte, a Missões Novas Tribos do Brasil segue atuando no país e com recursos financeiros que possibilitam acesso aos locais mais remotos da Amazônia. Em 22 de setembro de 2021, a página da MNTB no Facebook fez uma postagem lamentando a destruição do helicóptero usado pelo grupo, após uma tempestade destruir o hangar no qual estava estacionado.

Na mesma postagem em que recruta novos evangelizadores, o presidente Edward Gomes da Luz diz que “obreiros treinados, capacitados, saem pelas selvas, pelos lugares ermos, sendo apoiados por uma logística que permite que eles cheguem no lugar específico e ali preguem o evangelho, depois de terem aprendido a língua, e traduzindo as lições mínimas no ensino bíblico fundamental”. Enquanto ele fala, imagens de um helicóptero e um avião aparecem na tela.

À frente da organização desde 2005, o pastor Edward Gomes da Luz é pai do antropólogo evangélico Edward Mantoanelli Luz, que responde a processos na justiça por atos contrários à fiscalização e ao sistema de aplicação de leis. Em fevereiro de 2020, chegou a ser preso em flagrante por desacatar funcionários do Ibama que fiscalizavam o território indígena Ituna/Itatá, em Altamira, no Pará.

Mantoanelli Luz foi o responsável por alçar a Missões Novas Tribos Brasil a outro patamar durante o governo Bolsonaro. Em um áudio vazado de 2020, o antropólogo assumiu que fez lobby para que alguém alinhado com sua religião assumisse a Coordenação Geral de Índios Isolados e de Recente Contato da Funai. O caso foi revelado na época pelo Intercept. O indicado para a área foi um pastor, Ricardo Lopes Dias. Sua nomeação foi contestada na justiça, mas Dias permaneceu no cargo por nove meses. Sua gestão foi considerada “desastrosa”.

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