O dono de uma churrascaria e de um hotel gravou dezenas de residências encobertas pelas na cidade de Brasiléia. Ele também é dono de um hotel, de onde pôde captar imagens que dão uma impressão de calamidade total na cidade que já está isolada por terra da capital. Assista acima
Jordão é a cidade em situação mais crítica. Rio Branco registrou elevação no nível do Rio Acre, com aumento no número de famílias atingidas e desabrigadas.
Brasiléia está isolada após o transbordo do rio sob a ponte que liga a Epitaciolândia.
As informações abaixo são atualizadas pela Secretaria de Comunicação do Governo do Acre.
O ministro Waldez Goes (Desenvolvimento Regional) comunicou, em telefonema, ao governador Gladson Cameli, na tarde de domingo, que o governo federal reconheceu a emergência decretada pelo Governo no Acre em Rio Branco e outros 16 municípios, em razão das cheias dos rios e igarapés. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, também conversou com Cameli. Os ministros devem visitar as regiões mais críticas, atendendo ao convite do Estado.
Pela manhã, o governo do estado definiu ações emergenciais para enfrentar as enchentes que assolam diversos municípios acreanos.
Toda a estrutura possível do governo do Estado está à disposição das prefeituras de Tarauacá, Assis Brasil, Plácido de Castro e Jordão neste momento difícil, informou a Comunicação Social do governo local.
Insumos foram levados de avião para Jordão em uma ação emergencial do governo do Estado. Foto: Izabelle Farias/Sesacre
Assis Brasil também decretou Situação de Emergência, enquanto na capital, Rio Branco, o Rio Acre ultrapassou a cota de transbordamento, atingindo 15,46 metros neste domingo, 25. Ainda no último sábado, 24, o governador Cameli visitou pessoalmente os pontos de transbordamento em Rio Branco e nos municípios de Brasileia e Epitaciolândia, levando donativos e reforçando o compromisso do governo com a região.
A tendência, segundo institutos de acompanhamento ambiental, é de aumento das águas, agravando a situação nos municípios ainda nos próximos dias.
Governador vai a Brasília para conseguir apoio e recursos para as cidades acreanas atingidas pela cheia dos rios. Foto: Pedro Devani/Secom
“Estamos mobilizando todos os recursos do Estado para enfrentar essa situação crítica. Nossa prioridade é garantir o suporte necessário aos municípios afetados. Agradeço o apoio do governo federal e reforço nosso compromisso com a população acreana. Estamos unidos para superar essa adversidade juntos”, declarou o governador.
Duas crianças foram arrastadas pela forte correnteza do rio, em Brasiléia, neste domingo, quando passeavam numa embarcação de pequeno porte, nas imediações da ponte que liga a Epitaciolândia. Uma mulher que seria a mãe das meninas se desespera pedindo ajuda, enquanto populares fazem de tudo para se aproximar das crianças a nado. Outros buscaram uma voadeira. Elas se agarraram num tronco de árvore para não serem tragadas pelas águas. Outras três pessoas que também ocupavam o barco naufragado se salvaram nadando para a margem e se apoiando em galhos de árvores. Veja o vídeo abaixo:
Rana e Emanuel, nora e filho do ex-vice governador Major Rocha, estão estáveis. O casal viajava numa moto Honda Honot e foi levado ao Pronto Socorro de Rio Branco em estado grave após se envolver em acidente na Rodovia AC 40, na manhã deste domingo.
Major Rocha vinha logo atrás, de carro, e viu o acidente.
Todos retornavam de um passeio de Capixaba
A Honda Honet bateu de frente com um carro que vinha em sentido contrário. Wheres Emanuel sofreu fratura nas duas pernas.
Rana Costa passaram por cirurgias.
A mulher, em situação mais grave, precisou ser intubada e teve fratura exposta do fêmur direito.
Os médicos descartaram haver sequelas em razão de uma forte pancada na cabeça.
Parte da Rua Baquari, no Bairro Taquari, foi tomada pelas águas do Rio Acre. No início da tarde deste domingo, 25, muitos moradores se arriscaram passar pelo local. A lamina da água ainda é baixa no local. Mas a tendência é que o volume aumente.
Em discurso para milhares de apoiadores que lotaram a Avenida Paulista neste domingo (25/2), para defendê-lo das investigações que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou que tenha tramado um golpe de Estado em 2022, pediu anistia os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, e disse querer “passar uma borracha no passado” em busca de “pacificação”.
“Golpe é tanque na rua, é arma, é conspiração, é trazer a classe política para o seu lado, empresários. Nada disso foi feito no Brasil”, disse Bolsonaro em cima do trio elétrico na Avenida Paulista, na tarde deste domingo.
Sem citar o STF e as condenações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornaram inelegível, Bolsonaro disse que “não podemos concordar que um poder tire do palco político quem quer que seja, a não ser por um motivo justo”. “Não podemos pensar em ganhar as eleições afastando um adversário do cenário político”.
O ex-presidente disse que não concorda com os atos golpistas que depredaram as sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, mas defendeu uma “anistia para aqueles pobres coitados que estão presos em Brasília”. Segundo ele, “esse povo brasileiro não merece estar vivendo por este momento, onde tão poucos, pouquíssimos, causam tão mal a todos nós”.
“Teria muito a falar, tem gente que sabe o que eu falaria, mas o que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado, é buscar uma maneira de nós vivermos em paz”, disse Bolsonaro.
Na ocasião, Bolsonaro disse que não cumpriria ordens do STF, que jamais seria preso e xingou o ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos que pesam sobre ele, de “canalha”.
Neste domingo, Bolsonaro subiu no trio elétrico por volta das 15h, segurou uma bandeira de Israel e acenou para a multidão que o aguardava sob sol forte na Avenida Paulista — muitos apoiadores passaram mal por causa do calor. Antes dele, discursaram o pastor Sila Malafaia, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Michelle Bolsonaro e depois deputados federais e um senador do PL.
A Prefeitura de Rio Branco comunica a suspensão do atendimento ao público no Restaurante
Popular a partir desta segunda – feira (26) por tempo indeterminado.
A suspensão temporária dá-se em virtude da situação de urgência demandada pela alagação e
a consequente necessidade de preparar e fornecer alimentação aos desabrigados que tiveram
suas casas atingidas pelas cheias dos rios e igarapés e encontram- se nos abrigos instalados
pelo Municipio.
Tão logo a situação se normalize, os usuários do Restaurante Popular voltarão a ser atendidos
como de costume.
Dois dias após decretar estado de alerta em todo o estado, o governador do Acre, Gladson Cameli, publicou em edição extra do Diário Oficial do Estado neste domingo, 25, o decreto de número 11.414, que estabelece emergência em 17 cidades do estado atingidas por inundações, seja de rios ou igarapé.
A medida, que tem validade de 180 dias, passou a valer a partir da data de publicação e abrange as cidades de Assis Brasil, Brasileia, Capixaba, Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Feijó, Jordão, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Plácido de Castro, Porto Acre, Porto Walter, Rio Branco, Santa Rosa do Purus, Sena Madureira, Tarauacá e Xapuri.
Decreto abrange 17 cidades do Acre. Foto: Alisson Oliveira/Secom
Os municípios mais críticos são Assis Brasil, Brasiléia, Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Jordão, Rio Branco, Santa Rosa do Purus, Tarauacá e Xapuri.
Além dos rios, o Estado também destacou o transbordamento de igarapés, que estão impactando consideravelmente no cenário da cheia. Na mesma edição, Brasileia, Plácido de Castro, Epitaciolândia, Jordão, Santa Rosa do Purus e Tarauacá declararam situação de emergência. Todos os decretos têm como base dados da cheia dos rios e igarapés do estado.
Em Jordão, as águas atingiram quase toda a cidade e a Energisa fez o desligamento de 651 unidades consumidoras na cidade. Para Santa Rosa do Purus foi enviado reforço das equipes também.
O secretário de Saúde do Estado, Pedro Pascoal, esteve em Jordão prestando apoio aos moradores e também avaliando a questão do hospital, que foi atingido pela cheia do rio e teve perdas significativas.
“Com a subida do rio, tivemos nosso hospital alagado e tivemos a perda da nossa ambulância, dos nossos materiais, perdas de medicamentos, equipamentos da unidade e no momento estou sendo o ponto focal do governo, brifando e passando as autorizações e já teremos um avião trazendo alguns mantimentos, água potável para comunidades isoladas e está sendo elaborado um relatório para traçar as próximas medidas”, disse.
O decreto de emergência facilita o acesso a recursos federais em casos de eventos extremos como esse. No documento, o governo destaca ainda que “fica a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil constituída como unidade gestora orçamentária, podendo ordenar despesas atinentes a créditos abertos para atender atividades de defesa civil, bem como movimentar contas bancárias ou fundos específicos.”
Governo tem dado suporte em todos os municípios. Foto: Diego Gurgel/Secom
A organização, tomada de decisões e direcionamentos continuam sendo coordenados pelos órgãos de Defesa Civil.
O coronel Carlos Batista, coordenador da Defesa Civil estadual, destacou que o Estado tem mobilizado e disponibilizado todos os esforços para atender os municípios do Acre.
“O governo tem publicado alguns decretos e já entrou em contato com o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, para a solicitação de recursos complementares para atender a necessidade das populações atingidas em todo o Estado”, pontuou.
Governo tem alinhado ações para atender todas as cidades atingidas. Foto: Neto Lucena/Secom
Reforços nos municípios
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre (CBMAC), coronel Charles da Silva Santos, enfatizou que as equipes estão desde o início da semana detectando as áreas mais atingidas e atendendo a população.
“Estamos nesse primeiro momento realizando atendimento operacional e organização em alguns municípios. Por exemplo, Jordão, que a situação está crítica, foi enviado uma equipe tanto pelo Corpo de Bombeiro, como pela Secretaria de Saúde, para organizar abrigos, dar os primeiros atendimentos e fazer levantamento de informações para que o Estado tenha condições de apontar os recursos necessários para atender aquela população.”
Essas informações são cruciais, porque são usadas para destinar os esforços e definir as ações em cada município, atendendo a demanda específica de cada um deles. Da mesma forma que está ocorrendo em Jordão, vai ser feito em Santa Rosa do Purus e demais cidades.
“Estão sendo também catalogadas todas as informações necessárias desse atendimento e os danos causados pelas cheias e, assim centralizado na Defesa Civil do Estado, visando justamente subsidiar tanto o governador pelas ações e decisões, como também solicitar ajuda do governo federal naquilo que é possível. E, ao mesmo tempo, dar o aporte necessário para os municípios que são os que estão de frente com esse problema. Dessa forma, o Estado, entra como apoiador em todas essas esferas”, destaca.
Coronel Charles Santos fala de esforços enviados às cidades mais críticas. Foto: Neto Lucena/Secom
O secretário de Governo, Alysson Bestene, reforçou que todas as medidas necessárias para tentar amenizar o impacto da cheia estão sendo tomadas dentro da urgência que o cenário requer. Enfatizou ainda a atuação em parceria com a bancada federal.
“O Estado lança o decreto emergencial, principalmente nas regiões, em cidades que se agravaram bastante com a cheia. Toda a equipe do governo está se deslocando para essas áreas e vamos continuar tendo esse monitoramento e as ações por meio da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros para atender todo o Estado. Acho que essa união, essa parceria do ente federativo, estadual e municipal, é que vai dar melhores condições para fazer essa ação humanitária para essas famílias”, finaliza.