“Piranha e metodologia de B…”: comissão decide futuro de aluno de Medicina da Ufac por violência moral contra professora

O Conselho Universitário da UFAC decide nesta sexta-feira sobre a conduta de um acadêmico do Curso de Medicina que, em sua rede social (Twitter), cometeu violência moral contra uma professora.

“A professora consegue manter uma conduta invejável. A metodologia dela é sempre bosta”, escreveu ele no Twitter em outubro de 2022.

Nos comentários, outra ofensa foi trazida a uma Comissão de Inquérito Disciplinar composta para investigar o caso

“Bicho, essa piranha quer que eu vá pra aula na véspera da prova do Leandro. Vou porra. Tá maluco (sic)”.  

 

 

A reportagem teve acesso ao parecer da comissão que concorda com a suspensão do aluno por 60 dias. Esta punição já foi decidida pela Administração Superior da Ufac, mas ainda não implementada por que o acusado recorreu.

Ele confessou o crime e não tem antecedentes, reagiu a defesa do acadêmico que considerou a punição “desproporcional”.  Porém, o relatório da comissão viu agravantes que devem ser considerados, como o fato de a professora ter sido tratada como se fora uma prostituta, mulher de programa, meretriz (veja acima).

“Um aluno de alto desempenho, mas sem qualquer respeito pelo ser humano, pelo professor, pela mulher, que normaliza fazer esse tipo de coisa em redes sociais. Que tipo de médico será? A professora não fez nada, foi uma vítima gratuita dele”, opinou um docente ouvido pela reportagem.

Repúdio

À época, a Associação Médica do Acre emitiu nota de repúdio à postura do aluno. Leia abaixo:

A Associação Médica do Acre, federada da Associação Médica Brasileira e entidade representativa dos médicos do Estado do Acre desde 1976, vem a público manifestar repúdio em desfavor do SR. VICTOR HUGO ARAÚJO MEIRELES DA SILVA, acadêmico do curso de Medicina da Universidade Federal do Acre, em atos proferidos em rede pública de internet contra a médica e docente do curso de Medicina, Dra. Jene Greyce Cruz, utilizando-se de palavras de baixo calão e em tom extremamente pejorativo. Trata-se de prática recorrente, em comportamentos inadequados e antiéticos contra docentes e outros colegas acadêmicos do curso de Medicina, que ferem os limites éticos e morais da formação médica e do Código de Ética dos Estudantes de Medicina.

Dra. Jene Greyce é médica no Estado do Acre desde 1997, exercendo a profissão por meio da assistência, pesquisa e docência, estando como professora da Universidade Federal do Acre desde os primórdios do curso de Medicina, no ano de 2006, ajudando a formar centenas de profissionais médicos no estado desde então. Atualmente coordena as disciplinas de Otorrinolaringologia, Bioética e História da Medicina do curso de Medicina da UFAC, além de trabalhar ativamente na defesa de uma medicina ética e de qualidade ao longo de sua história, como presidente da Associação Médica do Acre, conselheira do Conselho Regional de Medicina do Estado do Acre e hoje conselheira do Conselho Federal de Medicina.

Do ponto de vista da Bioética, desde a época de Hipócrates, existe a recomendação da imperiosa necessidade de respeito dos alunos para com seus educadores em prol da formação de bons médicos. Portanto, sendo o curso de Medicina da UFAC prestigiado espaço de formação médica de qualidade, urge a tomada das medidas administrativas cabíveis e à altura do fato público em questão.

Dra. Ana Isabel Coelho Montero
Vice-Presidente Associação Médica do Acre

 

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